Heterocromia: entenda a condição que afeta a íris

Heterocromia: entenda a condição que afeta a íris

Você sabe o que é heterocromia? Conheça os tipos dessa condição ocular rara e saiba se ela pode afetar a sua visão.
Heterocromia: entenda a condição que afeta a íris
Publicado em 5 de agosto de 2025

A heterocromia é uma condição em que a pessoa tem olhos de cores diferentes. Essa rara característica chama a atenção por sua aparência única e pode se manifestar de formas variadas — em apenas parte de um olho, nos dois olhos ou em padrões mistos.

Apesar de mais comum em animais como cães e gatos, a heterocromia ocular também pode ocorrer em seres humanos, não representando um problema de saúde, na maioria das vezes. No entanto, há situações em que a condição é associada a outras alterações oculares.

Neste artigo, você vai entender o que é heterocromia, conhecer seus tipos, causas e descobrir se ela precisa de tratamento. Acompanhe a leitura!

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O que é heterocromia?

A heterocromia é uma condição em que a íris dos olhos apresenta coloração diferente – a íris é a parte colorida dos olhos. Isso pode ocorrer entre os dois olhos (cada um com uma cor) ou em áreas distintas de um mesmo olho.

Essa alteração na coloração está relacionada à quantidade e distribuição de melanina, o pigmento responsável por dar cor aos olhos. Quanto mais melanina uma pessoa tem, mais escura tende a ser a sua íris. Da mesma forma, uma quantidade menor de melanina resulta em olhos mais claros.

Em humanos, a heterocromia ocular é considerada incomum, mas não necessariamente sinaliza um problema. Ainda assim, em alguns casos, ela pode ser consequência de condições adquiridas ou doenças oculares.

Quais são os tipos de heterocromia?

A heterocromia pode ser classificada de acordo com a forma como a diferença de coloração aparece nos olhos. Veja a seguir os principais tipos.

Heterocromia central

Na heterocromia central, a coloração diferente está concentrada ao redor da pupila. O centro do olho tem uma cor e, ao redor dele, há uma segunda cor que forma um anel contrastante.

Esse tipo é, muitas vezes, sutil e pode passar despercebido à primeira vista. É comum que a pessoa tenha olhos castanhos com um anel esverdeado ou azul próximo à pupila.

Heterocromia central
Olho com heterocromia central

Heterocromia setorial

A heterocromia setorial (chamada também de heterocromia parcial ou iridum) ocorre quando uma parte da íris tem uma cor diferente do restante do olho. Em vez de um anel ao redor da pupila, há uma “fatia” ou mancha com coloração distinta.

Esse tipo de heterocromia também costuma ser congênito, mas pode surgir ao longo da vida, dependendo da causa.

Heterocromia setorial
Olho com heterocromia setorial

Heterocromia completa

A heterocromia completa é a forma mais marcante da condição. A pessoa apresenta cada olho com uma cor completamente diferente — por exemplo, um olho azul e o outro castanho.

É o tipo mais facilmente reconhecido e também o mais raro entre os humanos.

Heterocromia completa
Olho com heterocromia completa

O que causa a heterocromia?

A heterocromia pode ser congênita ou adquirida. Isso quer dizer que ela pode estar presente desde o nascimento, ou surgir ao longo da vida.

Heterocromia congênita

Na maioria dos casos, a heterocromia é uma característica genética benigna. Isso significa que a pessoa nasce com a condição, sem que ela esteja ligada a nenhum problema de saúde.

No entanto, algumas síndromes genéticas raras também podem causar heterocromia, como:

  • Síndrome de Sturge-Weber: uma síndrome neurocutânea, ou seja, que pode afetar o cérebro, a coluna vertebral e nervos, e a pele. A principal característica da doença é a presença de uma marca de nascença avermelhada (chamada “mancha em vinho do porto”), normalmente na testa e pálpebra superior. Em alguns casos, a mancha também pode incluir a pálpebra inferior e o rosto. A síndrome também pode influenciar o aumento da pressão ocular, causando glaucoma.
  • Síndrome de Waardenburg: síndrome que pode causar deficiência auditiva congênita e alterações na pigmentação em áreas da pele, cabelos e olhos.
  • Síndrome de Horner congênita: síndrome que afeta só um lado da face, fazendo com que a pálpebra fique caída, a pupila, sempre pequena, e causando a diminuição do suor no lado afetado. Além disso, a íris mantém a cor azul acinzentada (apenas no lado afetado).
  • Neurofibromatose tipo 1: condição genética que afeta o sistema nervoso, causando o crescimento de tumores em tecidos nervosos, abaixo da pele.

Heterocromia adquirida

Quando a heterocromia não é congênita e surge ao longo da vida, é importante investigar as causas, uma vez que elas podem indicar outros problemas oftalmológicos. Os principais fatores que podem causar esse tipo de alteração são:

  • Traumas oculares, como batidas, perfurações ou lesões nos olhos. A alteração na cor da íris pode ocorrer imediatamente após o trauma ou se desenvolver com o tempo.
  • Cirurgias intraoculares que envolvem a íris ou o cristalino, como a iridotomia e a vitrectomia. Embora seja muito raro, pode acontecer principalmente se houver complicações ou inflamações durante ou após a operação.
  • Uso prolongado de colírios com prostaglandinas, frequentemente usados no tratamento do glaucoma, o que pode fazer com que a íris fique mais escura gradualmente, principalmente se o olho do paciente for claro.
  • Inflamações intraoculares, as chamadas uveítes. A inflamação na camada interna do olho, quando não tratada adequadamente, pode afetar a íris e comprometer a visão.
  • Tumores intraoculares, que podem interferir na distribuição de melanina na íris e causar, ainda, outros sintomas, como dor ou perda da acuidade visual.
  • Hemorragias ou lesões na íris.

Em todos esses casos, é fundamental consultar um oftalmologista, pois a mudança na coloração pode indicar uma condição mais séria.

Quem tem heterocromia enxerga bem?

Essa é uma dúvida comum — afinal, olhos diferentes podem levantar suspeitas sobre problemas de visão. Mas, na maioria das vezes, quem tem heterocromia enxerga normalmente.

Se a condição for congênita e não estiver associada a nenhuma síndrome ou doença ocular, a visão não é afetada. Já em casos adquiridos, a acuidade visual pode ser comprometida dependendo da causa (como inflamações ou lesões).

Por isso, qualquer mudança na coloração dos olhos, especialmente quando ocorre de forma súbita, deve ser avaliada por um especialista.

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A heterocromia tem tratamento?

Depende do tipo da heterocromia. Quando congênita, a heterocromia não exige tratamento, uma vez que não representa risco à saúde ocular. É considerada apenas uma variação estética.

Por outro lado, quando a heterocromia é adquirida, o tratamento é voltado para a sua causa.

Se a causa for inflamatória, por exemplo, podem ser indicados colírios específicos. Já em casos de trauma ou sangramento, o tratamento pode incluir procedimentos cirúrgicos ou acompanhamento clínico.

O importante é identificar a causa e, se necessário, iniciar o tratamento adequado, acompanhado de um oftalmologista especialista.

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Mariana Ferrão

Jornalista especialista em saúde e bem-estar, Embaixadora Central da Visão